quarta-feira, 26 de maio de 2010

Dania Garcia - Uma das Damas de Cuba

Dania Virgen Garcia
 
 
Leia
 
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Tribunais de justiça cubanos violam a legalidade no procedimento de apelação iniciado pela jornalista independente Dania Virgen García. A blogueira e Dama de Apoio das Damas de Branco, foi presa na capital no dia 20 de abril e julgada tres dias depois.
 
 
Do Juris Consulto Cubano   de Laritza Diversent
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A sordidez de um cárcere é a cara pervertida da justiça e os que, em nosso país, erigiram e mantem certos presídios sombrios, estão confessando que temem o ser humano. De Yoani Sanchez

Entrevista de Yoani Sanchez a Dania Virgen Garcia

 

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Polícia e o recente cúmulo do absurdo. Do delegado Archimedes

A Polícia e o recente cúmulo do absurdo.

 O Brasil assistiu atônito e incrédulo, a divulgação na imprensa televisada, falada, escrita e virtual, sobre um fato policial diferente dos tantos outros relacionados ao mesmo tipo penal que ocorre diariamente em todo lugar: O roubo ocorrido contra uma comerciante no interior de São Paulo certamente teria passado despercebido se não tivesse ocorrido dentro de uma Delegacia de Polícia, em tese, um dos lugares mais seguros que há.

A cidadã de posse de uma quantia superior a R$ 13 mil reais acondicionados em sua bolsa, teria se dirigido até a Delegacia de Salto, na região de Sorocaba, em São Paulo, no sentido de registrar uma ocorrência policial dando conta de que o seu número de telefone celular estaria clonado, e ali, na sala de espera, fora abordada por um marginal que tomou à força a sua bolsa.

Desprende-se das diversas reportagens que o delinqüente que provavelmente vinha seguindo a comerciante desde a retirada da referida quantia em banco, agrediu e roubou a bolsa da vítima, tudo isso ocorrido no interior dessa Delegacia de Policia em que estavam presentes, além de outras pessoas comuns, três funcionários, provavelmente dos quadros da Policia Civil daquele Estado, que assistiram imóveis e sem esboçarem quaisquer tipos de reação ao ato criminoso que lhes eram obrigatórios devido às suas supostas funções policiais inerentes.

Consta que a vítima reagiu ao assalto e chegou a entrar em luta corporal com o seu agressor por duas vezes, dado ao fato de que na primeira investida ela teria levado a melhor e conseguido jogar a sua bolsa por cima do balcão justamente para onde estavam dois funcionários da Delegacia, destarte, que na segunda investida e tentativa para retomar a sua bolsa das mãos do bandido que ainda tivera tempo suficiente para pular o balcão de ida e volta, fora a  vítima refreada da sua ação pela voz do marginal que ordenara ao seu comparsa que estava do lado de fora do recinto para atirar na mesma, fato que não ocorreu.

Momentos depois, a reativa e corajosa vitima ainda indignada, e com toda razão, desabafou para um canal de televisão que cobriu o fato:

- O Escrivão depois disse que não intercedeu porque ele achou que era uma briga de marido e mulher. Eu achei o cúmulo do absurdo. Fosse briga de marido e mulher, fosse briga de vizinho, o mínimo que eles podiam fazer era intervir. Eu posso ser assaltada no supermercado, na rua, no cinema, na praça, na calçada, no portão da minha casa, mas nunca dentro de uma Delegacia.

O trabalho do Policial é árduo, perigoso e estressante, por isso, exige prudência, perseverança, amor a profissão e capacidade de concentração aguçada com equilíbrio e razoabilidade nos seus atos para que não ocorram os deslizes, mas nesse fato, se é como fora pintado, teriam realmente os referidos servidores obrigação de intercederem no evento criminoso mesmo que se isso valesse as suas próprias vidas.

Tal fato altamente negativo atinge em cheio todas as Instituições policiais do nosso país, vez que o povo nunca faz distinção entre as polícias. Para a esmagadora parte da população a Polícia é uma só e dela todos esperam a proteção devida conforme estabelece a Constituição Federal.

É evidente que os três funcionários que estavam presentes na Delegacia devem ser investigados com toda a isenção ou rigor possível pela Corregedoria de Policia Civil de São Paulo, dando-lhes todos os direitos de ampla defesa inerentes e, se forem considerados culpados, punidos na forma das Leis Administrativa e Penal.

É evidente também que a vítima deve ser reembolsada do seu prejuízo financeiro pelo Estado, não com um processo demorado e burocrático que leva anos para resolução com recursos e tudo mais, e sim, através de uma Ação rápida que restabeleça a vítima e ao povo o respeito pelas nossas instituições públicas, vez que de resto, ao plano geral, no fundo, o Estado é o principal responsável por tal ocorrido por não dispor de Policiais suficientes para guarnecer a Delegacia.

Do crime de roubo praticado por tais marginais, que pode decorrer outros crimes inerentes aos funcionários públicos presentes demonstram a vulnerabilidade existente em nossas Polícias. Não só na Polícia Civil daquele Estado, mas em todas as Polícias do Brasil que foram corroídas por várias eras, em diversos Governos passados.

A segurança pública sempre foi esquecida e sucateada através dos anos. As Polícias sempre foram relegadas ao segundo plano, principalmente no que tange a valorização profissional dos seus membros. Com raras exceções, poucas conquistas foram alcançadas pelas classes policiais em alguns Estados da Nação.

O tempo passa e com ele a nossa credibilidade perante a opinião do povo vai ficando cada vez mais distante, com isso as nossas lutas são inglórias. Os nossos Projetos de Emendas a Constituição se arrastam por anos a fio no Congresso Nacional sem solução alguma. O povo já não confia mais na sua Polícia e, fatos negativos como esse assalto dentro de uma Delegacia de Polícia nos leva cada vez mais para baixo.

Com a credibilidade policial em baixa aumentam-se as estatísticas enganosas colocando os níveis da violência urbana em melhores patamares, quando na verdade é o contrário, pois o povo deixa de registrar principalmente ocorrências de fraudes, furtos e roubos por não mais acreditar na sua Polícia.

Com isso os Governos repassam esses dados não condizentes como se verdadeiros fossem para o povo enaltecendo as suas gestões de segurança pública e até gastando fábulas com propagandas baseadas em erros, não por números maquiados, e sim em decorrência da falta absoluta de confiança da população nas ações policiais.

Diante da real falta de credibilidade e da perda da confiança do povo nas ações da sua Polícia com o conseqüente desleixe estatal para com as nossas instituições, devemos, pois, lutar por uma Polícia verdadeiramente forte, por uma Polícia única como ótima opção para resolução da problemática.

O tempo de briga por moedas e migalhas deve ficar para trás. Devemos recolher as nossas desavenças, esquecer de vez as  medições de poder ainda existente entre as Polícias Civil e Militar, que fazem com que fiquemos com forças divididas e partir para uma luta mais sólida e dignificante.

Nós somos agentes de transformação social e não somos analfabetos políticos nem tampouco devemos pensar em desestabilizar governo algum, devemos sim, lutarmos para mostrar a nossa grandeza através da habilidade porque também entendemos de técnicas dialógicas e não só do combate ao crime pela força.

Devemos lutar pelo que merecemos através da perspicácia, pois assimilamos uma verdade que não é só nossa e sim da população que clama por uma segurança pública justa e eficaz.

Devemos lutar pela nossa valorização profissional de maneira zelosa porque discutimos sobre a sociedade e é dessa mesma sociedade o desejo de ter uma Polícia forte e eficiente para a conseqüente proteção do bem comum.

Para chegarmos a esse patamar superior, não devemos usar a linguagem beligerante nem tampouco arrogante ou desafiante, e sim, a linguagem inteligente do consenso para a recondução da razão instrumental em busca daquilo que achamos satisfatório para a possível Polícia unificada e ideal para o povo, pois é do povo a nossa razão de existência.

Juntos, resgataremos a nossa dignidade perdida, a confiança e a credibilidade do povo, pois passaremos a ser uma entidade policial verdadeiramente forte.

Do  Archimedes Marques

Delegado de Policia há mais de 24 anos, Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela UFS. Titular em quase todas as Delegacias da capital, além de ter exercido os cargos em Direção do COPE, COPCAL, COPCIN e CORRREGEDORIA-GERAL da Polícia Civil de Sergipe por duas vezes.

"Com a credibilidade policial em baixa aumentam-se as estatísticas enganosas colocando os níveis da violência urbana em melhores patamares, quando na verdade é o contrário, pois o povo deixa de registrar principalmente ocorrências de fraudes, furtos e roubos por não mais acreditar na sua Polícia. "

quarta-feira, 19 de maio de 2010

FICHA LIMPA APROVADA

Senado aprova por unanimidade Ficha Limpa, que segue para sanção de Lula

Uol Noticias

O Senado aprovou por unanimidade nesta quarta-feira (18) o projeto Ficha Limpa, que impede o registro de candidaturas de políticos com condenação por crimes graves após decisão colegiada da Justiça (mais de um juiz). A inelegibilidade será de oito anos após o cumprimento da pena.
Como o Senado não mudou o projeto já aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada, o projeto segue agora para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não há consenso, no entanto, para a aplicação da lei na eleição de outubro. Para alguns, caso o projeto seja sancionado por Lula antes das convenções que definem os candidatos, as regras podem ser aplicadas; outros parlamentares dizem que a proposta teria de ter sido aprovada em 2009 para poder valer neste ano.
O Ficha Lima é um projeto de iniciativa popular: recebeu 1,6 milhão de assinaturas e foi apresentado ao Congresso em setembro do ano passado.
Mais cedo, o presidente da República em exercício, José Alencar, defendeu a aprovação do projeto. "Tenho pedido para que votem [o Ficha Limpa], o Brasil precisa disso. Aliás, a impunidade não pode continuar no país, é preciso que haja rigor em todas as investigações e também no cumprimento da lei", disse Alencar.
* Com informações informações de Camila Campanerut, do UOL Notícias em Brasília

Do Blog Dois em Cena

domingo, 16 de maio de 2010

Sobre: Minha última pitada de fé - Sequestro de Yoani Sanchez em fevereiro 2010 - Vão ter de escutar

Vamos fazê-los obedecer a lei. Julio, advogado

Há mais de 60 dias enviei à várias instituições cubanas uma denúncia por detenção ilegal, violência policial e prisão arbitrária. A partir da morte de Orlando Zapata Tamayo sucessivas prisões ilegais impediram mais de uma centena de pessoas de participarem das atividades relacionadas com seu funeral. Estive entre os muitos que terminaram no calabouço em 24 de fevereiro quando íamos assinar o livro de condolências aberto em seu nome. O grau de violência empregado contra mim e o abuso no procedimento de prisão de um indivíduo numa delegacia de polícia, fizeram-me interpor uma demanda com poucas esperanças que fosse discutida num tribunal. Durante todo este tempo esperei a resposta tanto da Fiscalia Militar (promotoria) como da Fiscalia Geral, fazendo um esforço para não trazer `luz este testemunho revelador, evidência dolorosa de quão vulneráveis são os nossos direitos.

Afortunadamente meu telefone celular gravou o áudio do acontecido naquela quarta-feira cinzenta, e inclusive, depois de ser confiscado gravou as conversações que mantinham os agentes da segurança do estado e os policiais - sem identificações - que nos haviam trancado a força na delegacia de Infanta e Manglar. A evidência contém os nomes de alguns responsáveis e revela o fundo político da operação contra os opositores, jornalistas independentes e blogueiros. Enviei cópias deste processo de "sequestro" também para organismos internacionais de Direitos Humanos, proteção de repórteres e todos aqueles relacionados com maus tratos. Vários advogados da Associação Jurídica de Cuba me assessoraram neste empenho.

Mesmo que existam poucas possibilidades de que alguém vá à julgamento, ao menos os responsáveis saberão que suas atrocidades já não ficam no silêncio da vítima. A tecnologia tem permitido que tudo isto venha à luz.
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*Alguns elementos para completar este dossiê de "sequestro":

-A voz feminina que me acompanha na gravação é da minha irmã Yunia Sánchez.

-Transcrição da gravação.

-Recibos da Fiscalia Militar, Fiscalia Geral, Assembléia Nacional do Poder Popular, Delegacia de Polícia onde ocorreram os fatos, Conselho de Estado e Sede Nacional da PNR

Traduzido por Humberto Sisley de Souza Neto

Do Geração Y da Yoani Sanchez  Assistam os videos na matéria - Minha última pitada de fé
 
Ou nos links abaixo, podendo selecionar a tradução  para portugues -CC-  das legendas originais
 

Secuestro parte 1.wmv

 http://www.youtube.com/watch?v=AV9zZ2gOWBg

 

Secuestro parte 2.wmv

http://www.youtube.com/watch?v=AV9zZ2gOWBg

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Vão ter de escutar

Porque se algo tenho é a palavra para falar

Yoani Sanchez

 

terça-feira, 11 de maio de 2010

LUGAR DE HOMICIDA, COM OU SEM FARDA, É NA CADEIA! Do Reinaldo Azevedo

Leiam o que vai no G1. Volto em seguida:

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, determinou nesta segunda-feira (10) o afastamento de dois comandantes da PM responsáveis pelo policiamento no bairro de Cidade Ademar, na Zona Sul de São Paulo, onde o motoboy Alexandre Menezes dos Santos, de 25 anos, foi morto no sábado (8).

Foram afastados o tenente-coronel Gerson Lima de Miranda, que comandava o 22º Batalhão da PM, e o capitão Alexander Gomes Bento, responsável pela 3ª Companhia do 22º BPM. O secretário afirmou que os dois não tinham controle da tropa. A secretaria determinou abertura de processo administrativo para averiguar o crime de omissão.

Os quatro soldados suspeitos de asfixiar e agredir o rapaz foram presos pela Corregedoria da PM. A defesa dos policiais diz que o motoboy estava com uma moto sem placa, na contramão, e rompeu bloqueio policial. Toda a ação ocorreu em frente à casa onde Alexandre morava com a mãe, a vendedora Maria Aparecida de Oliveira Menezes, de 43 anos. Ela afirmou ao G1 que os policiais espancaram seu filho durante 30 minutos.

Mais cedo, o próprio governador de São Paulo, Alberto Goldman, criticou a ação dos policiais. "Estou absolutamente constrangido e revoltado", disse. Goldman declarou que "não se justifica de forma alguma" a ação da PM nesse caso. Ele afirmou também que "a atitude criminosa mostra o despreparo destes policiais militares" e assumiu "o compromisso de apurar profundamente o homicídio".

Os policiais disseram ter aplicado "gravatas" no pescoço da vítima porque ela se recusou a conversar e entrou em luta corporal. Depois disso, afirmaram que Alexandre perdeu os sentidos e desmaiou. Como ele não recobrava a consciência, foi levado pelos policiais a um hospital, onde morreu. Lá, os suspeitos disseram ter encontrado uma arma com o motoboy. O atestado de óbito aponta traumatismo craniano e asfixia, segundo a mãe da vítima.

O caso foi registrado no 43º Distrito Policial, em Cidade Ademar, como homicídio culposo. Os policiais que participaram da ação pagaram uma fiança e foram liberados para responder ao crime em liberdade. Mas, instantes depois, os mesmos policiais foram presos pela Corregedoria da PM e indiciados sob a acusação de assassinar o motoboy. Segundo a PM, os quatro suspeitos estão no presídio Romão Gomes.

Dois processos foram abertos contra eles na corporação: um administrativo, que pode resultar em expulsão da PM, caso sejam considerados culpados; e outro criminal, que prevê pena de 1 a 4 anos de reclusão se eles forem condenados. Eles podem ter usado "excesso de força física", diz o comunicado da PM.

Segundo caso de motoboy morto
No dia 10 de abril, o motoboy Eduardo Luiz Pinheiro dos Santos também foi morto após ter sido abordado por policiais militares, na Zona Norte de São Paulo. Ele e mais três amigos foram detidos depois de uma discussão. Os quatro foram levados para o quartel da PM. Um dos rapazes confirmou que Santos foi separado do grupo e que foi agredido com chutes. Duas horas depois, os rapazes foram liberados - menos o motoboy, que foi levado por policiais do mesmo quartel, já morto, para o hospital.

Doze policiais apontados por testemunhas como autores da tortura e do assassinato tiveram a prisão decretada pela Justiça Militar, a pedido da Corregedoria da polícia. O comandante geral da Polícia Militar, Álvaro Batista Camilo, enviou na segunda-feira (26) uma carta com pedidos de desculpas à mãe do motoboy.

Comento
A única coisa positiva nesses episódios lamentáveis é que a Polícia Militar e o governo estão agindo com prontidão, procurando punir os responsáveis.  Policiais que matam pessoas já dominadas, sejam bandidos ou não, são bandidos também. Ponto final.  De certo modo, são piores dos que os outros porque abusam da proteção que o estado lhes oferece. Não resta a menor dúvida a respeito. Não podem estar na PM, não. Seu lugar é atrás das grades, junto com outros homicidas. Isso é inaceitável!

Governo e comando da instituição têm de agir com o máximo rigor se não quiserem que uma das PMs mais eficientes do Brasil passe a ser um abrigo de delinqüentes de farda.  E sem essa de acusar os assassinos de homicídio culposo apenas! Culposo uma ova! Quatro pessoas espancando uma vítima durante quase uma hora, levando-a à morte, caracteriza homicídio doloso.

Ou bem esses casos são exemplarmente punidos para servir de advertência a quantos queiram abusar da farda para se impor pela violência, ou bem os maus policiais vão macular uma instituição que tem tido uma atuação respeitável no estado: e ela tem sido eficaz justamente na redução do número de homicídios.

Seria injusto afirmar que há uma orientação em favor da violência. Ao contrário: nunca houve na Secretaria de Segurança Pública um trabalho tão sério contra os desmandos policiais. O que precisa ser investigado, aí sim, é se essa ação, que é correta, não está gerando bolsões de resistência.

Lugar de homicida, com ou sem farda, é na cadeia!

Do Reinaldo Azevedo

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pois é... CRIME DE OMISSÃO

omissão

s. f.
1. Acto!Ato ou efeito de omitir.
2. Lacuna, falta, silêncio
 
e são muitos, demais, que se calam. Aqueles,das fardas e distintivos,que se calam responderão a Deus
 
O silêncio é o trovão dos omissos.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sobre: Juíza Maria Afiúni presa na Venezeila

Leia sobre juíza Mariá Afiúni presa na Venezuela
 
Magistrada venezuelana presa por Hugo Chávez, por conceder habeas corpus a outro preso político
 
 
 
Atuais
 
Do Martha Colmenares Especial en mi blog sobre: el caso de Maria Lourdes Afiuni 
 

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Sobre : Perigo na usina de urânio de Caetité

Perigo Uma nova denúncia de vazamento na usina de urânio de Caetité, na Bahia, foi encaminhada ao Ministério do Meio Ambiente e Ibama. Segundo a Fundação Paulo Jackson - de apoio às vítimas de acidentes nucleares - milhares de litros de licor de urânio teriam vazado na área de extração e beneficiamento da usina.
 
Do TSE
 
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Comento: Estranho que  notícia tão importante sobre mais um vazamento na usina de Caetité, passe pelo noticiário quase que completamente obscura.
 
Sobre urânio no Brasil
 
 

terça-feira, 4 de maio de 2010

Sobre : A maior prova da eficácia de um poder secreto é seu sucesso em se manter secreto. O mundo como jamais funcionou - Olavo de Carvalho

O mundo como jamais funcionou

Tenho diante de mim um exemplar de How The World Really Works, "Como o Mundo Realmente Funciona", de Alan B. Jones (Paradise, CA, ABJ Press, 1996), que é muito badalado entre os estudiosos americanos de hierarquias secretas e poderes globais como uma boa e confiável introdução ao assunto. O título é uma sinédoque: não se trata do mundo em geral, mas da esfera político-social apenas, encarada sob o prisma da pergunta clássica de Ortega y Gasset: "Quem manda no mundo?" A chave do seu sucesso é a simplicidade do projeto, que, sem aspirar à mais mínima originalidade, busca resumir doze livros considerados importantes nessa área de estudos: A Century of War, de F. William Engdahl (1993), Tragedy and Hope, de Carrol Quigley (1996), The Naked Capitalist, de W. Cleon Skousen (1970), The Tax-Exempt Foundations, de William H. McIlhany (1980), The Creature From Jekyll Island, de G. Edward Griffin (1994), 1984, de George Orwell (1949), Report From Iron Mountain, vários autores, editado por Leonard Lewin (1967), The Greening, de Larry Abraham (1993), The Politics of Heroin, de Alfred W. McCoy (1991), Final Judgement, de Michael Collins Piper (1995), Dope, Inc., pelos editores da Executive Intelligence Review do sr. Lyndon LaRouche (1978, reed. 1992), e Let's Fix América, do próprio Alan Jones (1994).

o é preciso dizer que, com a possível exceção de 1984, um clássico literário que pode ser lido como pura ficção, e do material da E.I.R., que é divulgado também em boletins avulsos traduzidos em português, jamais encontrei entre líderes políticos, militares, empresariais ou midiáticos brasileiros quem houvesse lido esses livros. Também jamais encontrei um que não tivesse opiniões acabadas e taxativas a respeito do assunto, acompanhadas de uma tremenda indisposição de discuti-las.

Mas, mesmo supondo-se que alguma dessas criaturas onissapientes houvesse lido os doze, ou pelo menos o resumo aqui considerado, ainda assim estaria muito mal aparelhada para saber quem manda no mundo, pois a seleção feita por Alan Jones é deficiente sob muitos aspectos.

Desde logo, a escolha privilegia alguns títulos de segunda mão em vez das fontes essenciais. The Naked Capitalist, por exemplo, é apenas uma boa obra de polêmica que nada acrescenta às pesquisas volumosas e pioneiras do economista inglês Anthony Sutton. Sutton começou estudando a ajuda militar americana à URSS durante a II Guerra Mundial e acabou descobrindo que toda a indústria pesada soviética era uma fachada de papelão só mantida em pé pela força do dinheiro ocidental. Espantado, pôs-se a investigar por que os maiorais das finanças nos EUA haviam gastado tanto só pelo prazer de fornecer ao seu país "o melhor inimigo que o dinheiro podia comprar" (The Best Enemy Money Can Buy, título de um de seus melhores livros). De quebra, descobriu que ajuda igualmente generosa havia escoado para o III Reich, comprando não só um inimigo, mas dois. No intuito de resolver o enigma, passou a estudar as origens históricas da elite americana. Por pura sorte, vieram parar nas suas mãos os documentos originais de uma sociedade secreta fundada no século XIX, mas ainda em funcionamento, que reunia as famílias mais ricas e poderosas dos EUA. Sutton acrescenta à inflexível probidade científica um irritante comedimento britânico. Ele reproduz esses documentos em An Introduction to "The Order" (1983) com o máximo cuidado de ater-se aos fatos e evitar conclusões precipitadas, mas toda essa precauçãoo impediu que a publicação do livro pusesse um abrupto ponto final numa brilhante carreira universitária. Qualquer que seja o caso, esse grande estudioso, que viveu uma das aventuras intelectuais mais fascinantes do século XX, foi muito odiado, xingado e amaldiçoado, mas jamais contestado formalmente. O leitor interessado em saber quem manda no mundoo pode se dispensar de ler os livros dele.

The Tax-Exempt Foundations, de William H. McIlhany (1980), é apenas uma extensão de Foundations: Their Power and Influence, de René A. Wormser (1958), que tem a vantagem de ser praticamente um traslado direto das conclusões da comissão parlamentar de inquérito chefiada pelo deputado B. Carroll Reece, incumbida de averiguar a ajuda fornecida por fundações isentas de impostos, como Rockefeller, Ford e Carnegie, a movimentos subversivos e totalitários. Os depoimentos prestados à comissão evidenciavam, já naquela época, a simbiose macabra do comunismo com o grande capital, que duas décadas antes o economista austríaco Ludwig von Mises havia explicado como natural e inevitável, mas que nas cabecinhas dos nossos compatriotas mais falantes continua soando como uma absurdidade inaceitável, já que brasileiro só acredita em palavras, não em fatos, e quando os sentidos dicionarizados de duas palavras se contradizem ele não admite que os fatos correspondentes possam coexistir na realidade. Comprovando em toda a linha a teoria de von Mises (v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/060611zh.html), a Comissão Reece mostrou que o movimento comunista só existia nos EUA graças à generosidade de seus inimigos nominais. Ao longo dos cinqüenta anos seguintes, as fundações bilionárias não só continuaram vitaminando a subversão interna nos EUA, produzindo inclusive a resolução suicida do conflito vietnamita e o subseqüente genocídio no Vietnã e no Camboja, mas estenderam sua ajuda a praticamente todos os movimentos de esquerda no Terceiro Mundo e cobriram o planeta com uma rede de ONGs adestradas para promover "transformações sociais". O modus operandi dessas ONGs é bastante uniforme. Primeiro, lançam uma moda cultural, subsidiando intelectuais para que a imponham nos meios universitários e jornalísticos como norma obrigatória e inquestionável, reprimindo por meio da chacota, da intimidação e do boicote profissional qualquer tentativa de discussão séria. Obtido o consenso da intelectualidade mais tagarela, o novo critério escolhido pela minoria iluminada contra as preferências óbvias da maioria da população é subitamente adotado pela totalidade da mídia como se fosse a tradução banal e improblemática da crença majoritária, tratando toda resistência como aberração mental isolada. Assim, por exemplo, no Brasil a população é maciçamente contra o aborto, mas a mídia nacional inteira fala dos anti-abortistas como se fossem tipos exóticos e anormais, teimosamente apegados a crenças antigas de há muito já abandonadas pela maioria saudável. Não é preciso dizer que, nessas condições, a imagem esquemática do mundo transmitida pelo jornalismo se transforma em pura inversão e fantasmagoria, criando um estado geral de alienação que, por si, é fonte de insegurança, conflitos sociais e desequilíbrios sem fim. A etapa final do processo é dar força de lei à opinião da elite iluminada, elevando da simples marginalização à criminalização explícita o tratamento dado aos descontentes. Da noite para o dia, a imagem postiça transforma-se em realidade oficial.

Esse é o processo legislativo geral e usual hoje em dia, transformando a democracia num pretexto nominal para a imposição tirânica das decisões de uma minoria ativista descarada e cínica. A imensurável cara de pau com que a ONU impõe o aborto como direito humano, penalizando toda oposição como crime comparável ao racismo, mostra que, na "democracia ampliada", tão do gosto dos Bobbios, a coisa mais fácil do mundo é marginalizar e criminalizar a maioria.

Nos países do Terceiro Mundo, praticamente todas as novas leis que introduzem modificações sociais profundas vêm prontas da ONU ou diretamente das fundações bilionárias, e sua discussão pública é inteiramente pré-moldada para ater-se a aspectos gerais, formais e de princípio, evitando cuidadosamente tocar na questão substantiva do poder que as originou e das finalidades a que servem dentro da estratégia global de seus criadores. Mas como poderia alguém tentar discutir isso, ignorando por completo a bibliografia básica sobre a origem, formação e métodos do poder global? Comparem o número assombroso de pessoas que opinam publicamente sobre aborto, casamento gay, quotas raciais, etc., com a míngua ou inexistência de leitores das obras aqui mencionadas, e terão uma idéia aproximada do abismo epistêmico que se abriu entre as nossas elites falantes e o mundo real. Não creio que fenômeno tão geral e profundo de ignorância dos fatores básicos que decidem os destinos de uma nação possa ser encontrado em qualquer outra época ou país. Ao eleger um semi-analfabeto para a presidência da República, o Brasil não fez senão oficializar um símbolo da sua opção radical e intransigente pelo desconhecimento da realidade.

The Politics of Heroin, de Alfred W. McCoy (1991), e Final Judgement, de Michael Collins Piper (1995) tratam do envolvimento de agentes dos serviços secretos americanos no tráfico de drogas. O enfoque é importante, mas escolhê-los como as obras mais representativas sobre a relação de poder global e narcotráfico é deformar o quadro com uma seletividade enviezada quase psicótica. Em 1993 a notável repórter do Reader's Digest, Claire Sterling, já havia fornecido um retrato muito mais completo da situação no seu livro Thieves' World, ao descrever a rápida arregimentação mundial das máfias dos diversos países sob o comando unificado russo. Só cidadãos muito atentos devem ter percebido, ao longo da última década, o fim das velhas guerras entre máfias internacionais. O fenômeno, inédito na História, mal foi comentado na grande mídia, mas sua importância não precisa ser enfatizada. A partir daí a expressão "crime organizado" passou a fazer mais sentido do que nunca. A internacional do crime repartiu o planeta em áreas e setores, dando uma estrutura racional à divisão do trabalho entre as quadrilhas maiores de delinqüentes nas várias regiões, mantendo em tudo uma ordem admirável e matando instantaneamente os rebeldes e recalcitrantes. Foi só isso que deu origem, por exemplo, à carreira espetacular do nosso Fernandinho Beira-Mar. O sujeito comprava armas russas no Líbano, trazia-as para o Paraguai, onde as trocava por duzentas toneladas anuais de cocaína vindas da Colômbia, as quais eram em seguida comercializadas no Brasil e nos EUA. Operações dessa complexidade, abrangendo quatro continentes, supõem uma estrita colaboração internacional que, é óbvio, não surgiu espontaneamente mas foi montada, a ferro e fogo, pela prepotência e habilidade dos russos, fazendo de Moscou a capital mundial do crime.

É claro, também, que isso não teria sido possível na base do puro improviso. Os russos preparavam-se para essa operação desde os anos 50, quando a KGB começou a treinar agentes para que se infiltrassem nas várias quadrilhas de narcotraficantes no Terceiro Mundo, na Europa ocidental e nos EUA. A idéia era dominar o mercado mundial, para criar uma multiplicidade de fontes locais de financiamento para os movimentos revolucionários, poupando ao governo soviético uma despesa considerável. Verdadeiras universidades do crime foram criadas em vários pontos do território soviético, elevando o narcotráfico às alturas de uma especialidade acadêmica. A operação, com base no testemunho direto de um de seus próprios articuladores principais, o general tcheco Jan Sejna, é descrita com minúcia no livro de Joseph D. Douglass, Red Cocaine: The Drugging of América And The West (1999), outro clássico imperdoavelmente omitido na lista de Alan B. Jones. Por volta de 1980 o sistema estava em pleno funcionamento. Sua implantação passou, é claro, pelo suborno e arregimentação de inumeráveis agentes e funcionários de diversos serviços secretos ocidentais, especialmente da CIA, o que se tornou ainda mais fácil quando, nas últimas semanas do governo Reagan, uma parte dos serviços dessa agência foi privatizada pelo mesmo presidente que se notabilizara como o demolidor máximo do "Império do Mal", donde se conclui que os grandes homens também pisam no tomate. Foi a partir daí que começaram a pipocar os casos de envolvimento de agentes da CIA no narcotráfico internacional, fornecendo a McCoy e Piper o material para os seus dois livros. Estes tratam, portanto, só dos efeitos locais e parciais de um processo enormemente mais vasto e de raízes mais fundas.

Se fatos de tamanha envergadura nãoo quase nunca apresentados ou discutidos na "grande mídia", deixando os povos portanto na posição de vítimas inermes de processos históricos invisíveis, também não é sem razão. O escritor russo Vladimir Bukovski, dissidente exilado que voltou à Rússia na condição de primeiro pesquisador não-soviético admitido nos Arquivos de Moscou, trouxe daí as provas de que praticamente todos os jornais da grande mídia "progressista" da Europa ocidental eram diretamente subsidiados pela KGB. O relato está no livro de Bukovski, Jugement à Moscou: Un Dissident Dans Les Archives du Kremlin (Paris, 1995). Quem não leu não sabe em que mundo vive, por mais que siga as lições de Alan B. Jones. Muitas das informações de Bukovski, acrescidas de outras ainda mais reveladoras, são confirmadas pelas duas obras igualmente indispensáveis escritas pelo historiador britânico Christopher Andrew em colaboração com o ex-agente da KGB Vasili Mitrokhin: The Sword And The Shield: The Mitrokhin Archive And The Secret History of the KGB (1999) e The World Was Going Our Way: The KGB And The Battle For The Third World (2005). Mitrokhin era o alto funcionário encarregado de fiscalizar a transferência dos documentos da KGB quando a organização mudou de prédio. Eram oito bilhões de dossiês, o maior arquivo de informações que já existiu no universo, o que explica que a mudança tenha levado dez anos, durante os quais Mitrokhin, planejando fugir para o Ocidente, copiou o que podia -- uma fração infinitesimal -- dos documentos mais importantes.

Por essas e outras é que me pareceu surpreendente que, no livro de Alan B. Jones, nominalmente incumbido de dar um panorama geral da estrutura de poder no mundo, a KGB só fosse mencionada duas vezes, de passagem, e a propósito de detalhes irrelevantes. Quem tome esse livro como guia básico para o conhecimento do tema ficará mesmo com a impressão de que o dinheiro anglo-americano é a "mão secreta" que move o mundo. Existem mãos secretas, é claro, mas são muitas e vivem se estapeando umas às outras, às vezes até a si próprias. Ninguém tem o controle hegemônico do processo histórico mundial, embora muitos busquem obtê-lo, não raro cometendo erros catastróficos que levam seus planos a resultados opostos aos pretendidos. Santo Agostinho dizia que os demônios têm orgasmos de prazer quando alguém exagera os seus poderes. Amadores incompreensivos, remexendo um tema que está infinitamente acima dos seus recursos intelectuais, fazem do estudo do poder secreto um verdadeiro sistema mitológico, ao passo que a historiografia acadêmica, em parte por ser quase toda dependente de subsídios que vêm das mesmas fundações bilionárias acima mencionadas, em parte por estar intoxicada por preconceitos ideológicos que enfatizam magicamente os fatores coletivos impessoais, em parte por lhe faltarem os instrumentos analíticos necessários para uma abordagem séria do fenômeno, acaba se dissolvendo em generalidades sociológicas e escamoteando a identidade dos agentes históricos concretos. (Tentei remediar essa situação nos meus cursos sobre "Quem é o sujeito da História?", mas a sobrecarga de atividades jornalísticas e pedagógicas me impediu até hoje de dar um formato editorial aceitável a essas lições. Darei um resumo numa das próximas colunas.)

Um erro maior que se comete nessa área de estudos é hipertrofiar a importância do poder econômico. O dinheiro não é uma forma primária e essencial de poder: é um poder secundário e derivado, que depende da proteção de organizações legais ou ilegais investidas dos meios de matar. O poder empresarial e bancário pode dar origem a essas organizações, mas não pode controlá-las uma vez que elas adquiram vida própria, como aconteceu com a Ordem dos Assassinos, no Oriente Médio, ou com a KGB.

Omitida a KGB, o estudante fica persuadido de que os únicos centros de poder no mundoo o sistema bancário internacional e as "Sete Irmãs", as maiores companhias de petróleo americanas. Engdahl, o primeirão da lista de Jones, chega a explicar todas as guerras do século XX como um efeito direto das decisões dessa elite. Mas essas decisões não bóiam sozinhas no ar, elas concorrem e se articulam com as de outras fontes de poder, de base não essencialmente econômica, entre as quais, é claro, a KHB. Para você fazer uma idéia das proporções aí envolvidas, basta saber que o maior empregador do mundo capitalista, o Walmart, tem um milhão e oitocentos mil empregados, seguido da China Petroleum com pouco mais de um milhão. Quantos funcionários ou agentes terceirizados pode a Standart Oil, por exemplo, liberar de suas funções na exploração e comercialização de petróleo para lhes delegar funções de espionagem, subversão e articulação política? A mesma pergunta vale para a Ford, o banco Rothschild, etc. Já a KGB, só na sua sede territorial, tinha quinhentos mil funcionários, e nenhum deles estava ocupado em perfurar poços de petróleo ou negociar empréstimos. Espalhados pelo mundo, os militantes do Partido Comunista, acionáveis a qualquer momento para operações clandestinas coordenadas de Moscou, colocavam à disposição da KGB não menos de trinta milhões de recrutas. Bancos e grandes empresas podem tentar manipular as situações por meio do dinheiro, mas nunca tiveram a seu serviço uma organização desse porte. A KGB, que era o centro e topo do governo soviético, como sua sucessora FSB é hoje na Rússia, foi simplesmente a maior força secreta que já existiu no mundo em qualquer época ou país. (As relações entre a KGB-FSB e a elite financeira ocidental são complexas e cheias de ambigüidades. Seu estudo constitui toda uma área à espera de maiores investigações.) Do ponto de vista financeiro, o orçamento da KGB-FSB era e é absolutamente ilimitado e livre de qualquer fiscalização externa, enquanto as grandes empresas ocidentais não têm um minuto de descanso sob o olhar suspicaz da mídia, dos políticos e do fisco. Fazer dos grandes banqueiros e empresas internacionais o centro único do poder mundial é elevar a desinformação às alturas de um culto religioso. Agora compare, por outro lado, a bibliografia sobre o poder econômico e sobre a KGB. Só para dar uma amostra, não existe um único livro sobre a atuação da KGB no Brasil, enquanto a produção editorial sobre a ação do establishment anglo-americano nesta parte do mundo superlota as bibliotecas universitárias. Análoga desproporção, apenas nãoo acentuada, existe no mercado editorial americano e europeu. Afinal, a maior prova da eficácia de um poder secreto é seu sucesso em se manter secreto.

Olavo de Carvalho  

O Emir Sader americano